terça-feira, 12 de junho de 2012

Prefácio




Foi uma grande confusão para mim, escrever o prefácio de um blog do qual eu li apenas seu título. Mas fazer o quê, quem dá motivos para escrever somos nós, assim como o sentido atribuído a ele. Então, posso falar sobre qualquer coisa, preencher essa página com o que achar que seja necessário ou essencial neste momento. Até porque, como diz a autora do blog, "Escrever é fácil, é só abrir uma veia e mexer os dedos."

Porém, me foi dado o título (Café com Arritmia) e sua intenção de escrever, mas foi mesmo a maneira pela qual o blog foi concebido que fez com que esse prefácio entre nos eixos, apesar de numa hora dessas já estar totalmente fora. A autora me confidenciou o desejo de escrever um blog totalmente por prazer, sobre o que quer, o que pensa, o que incomoda, o que deixa de incomodar, o que agrada, essas coisas que acontece com a gente e, de alguma forma, queremos dizer de alguma forma. Entendi que ela quer um blog cuja composição seja como uma partida de futebol. E ela seja como um jogador que entra no final do segundo tempo de uma decisão, onde o time está perdendo e que, na hora em que pegasse na bola ouvisse, não o técnico, nem os jogadores, muito menos o coro da torcida, mas aquela voz singular que grita da geral, mandando fazer uma coisa absurda, fora do contexto, impossível. E é essa voz impossível que ela seguiria - talvez faça uma jogada de mestre, talvez não - e é no talvez que eu talvez ela queira escrever tudo o que virá por aqui.

Decidi que seria eu o primeiro a escrever esse jogo, pensar o lance e a forma como ele irá começar. Tão difícil é, que ele corre o risco de não ser prefácio no sentido da palavra, mas alguma coisa que por falta de um novo nome chamar-se-á - ainda - Prefácio. 

Nessa confusão toda me lembro de Henry Miller, que dizia que “confusão é uma palavra que inventamos para designar uma ordem que não é compreendida.” Assim, tomo esta frase como chave para o meu Prefácio, que não pode absolutamente falar de um blog ainda não escrito, pois apenas seu título foi escrito. E nem adianta falar dele, pois o que importa agora é o Prefácio - o primeiro que não fala senão sobre a incapacidade de ser, porque é incapaz de falar.

Boa leitura. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário